Sombra e água fresca. Era tudo o que os participantes da II Cãominhada queriam no fim do evento, na manhã de ontem, em São Bernardo. Os cerca de 300 cachorros e 500 pessoas deram uma volta em um trecho da Avenida Kennedy, no Parque São Diogo, sob um sol escaldante pelo bairro e ambos chegaram, literalmente, com a língua de fora.
Essa foi uma forma descontraída de comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (celebrado no dia 3), além de incentivar a realização de uma atividade esportiva. A organização da brincadeira foi da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), em parceria com a Prefeitura de São Bernardo.
Fora a Cãominhada, os donos dos animais tiveram a chance de exibir o novo penteado, roupas descoladas e até unhas pintadas dos seus melhores amigos. A concentração começou a partir das 9h, em frente ao Ginásio Poliesportivo, onde havia diversas tendas, com vários serviços gratuitos, entre eles adoção de filhotes que vivem no Centro de Controle de Zoonoses de São Bernardo, pista de agility, brinquedos infláveis para as crianças e outras.
Segundo o prefeito da cidade, Luiz Marinho, a festa pode vir a acontecer duas vezes ao ano. "Essa é uma atividade que visa melhorar a qualidade de vida das pessoas. Queremos introduzir o conceito de convivência no município. Essa é a segunda vez e deu certo. Quem sabe não podemos fazer mais vezes durante o ano?", disse a autoridade.
Mesmo temporariamente sem andar e na cadeira de rodas em decorrência de um atropelamento que causou cinco fraturas na bacia, a estudante Maria Fernanda Vischi, 22 anos, encarou o sol e participou com o seu maltês Frog. "No final das contas apenas minha mãe caminhou. O Frog não aguentou e veio para o meu colo", brinca a estudante.
Já a guia de turismo Maria Rosa Ploner trouxe quatro dos seus cachorros vestidos de Papai Noel. Por onde passavam os bichos chamavam a atenção dos participantes da Cãominhada.
Os animais lembravam renas dos desenhos animados, alguns tinham as unhas pintadas de vermelho. "É uma festa e vale a pena participar, pena que não deu para trazer todos. Em casa ficaram outros três", conta a guia.
"É um jogo que todo mundo ganha, principalmente a saúde tanto das pessoas com deficiência quanto do familiar que vem junto. O cão é uma boa desculpa", comenta Marcos Gonçalves, presidente e idealizador da Avape.
Texto: Willian Novaes (Sete Cidades/DGABC)