6 de abr. de 2011

Cães e Donos de Sucesso...

Hoje teremos o prazer de conhecer a história do Robson do Rio de Janeiro e seu encanto pelos animais desde a sua infância.

A dupla é competidora do esporte agility e colecionam até hoje muitos troféus e medalhas.

Minha relação com cães é uma looooonga história, que começa no ano de 1980 quando pedi a meu pai um cão igual ao do seriado de TV Magnun com Tom Selleck, ou seja, um doberman preto.

Todas as minhas vontades quando criança eram atendidas por meu pai (que foi pai aos 16 anos) e ganhei meu primeiro cão (de um total de mais de 10 cães ao longo da vida), que para minha surpresa não era um doberman preto e sim um doberman marrom.

Aceitei de primeira, pois onde eu morava não podia brincar na rua e minha única diversão quando criança era estudar e brincar com meu dog, que somente aos 02 anos de idade foi batizado com o nome de Rambo (época do lançamento do filme do Stallone nos cinemas). Dos meus 07 anos aos meus 22 anos eu passava cerca de 16 horas/dia junto a meus cães, principalmente ao primeiro deles o doberman Rambo, que faleceu com 15 anos.

A morte desse doberman em especial me fez perceber o quanto um cão pode mudar a vida de uma pessoa, pois dos 07 aos 22 anos as duas únicas coisas realmente importantes para mim eram os estudos e meu cão. Fiquei tão triste, fui parar em psicólogo, fiquei doente, tive problemas com os estudos, problemas de relacionamento com familiares, relacionamento com outras pessoas, e então decidi não pegar mais nenhum outro dog para não ter que passar por isso outra vez.

Mas no ano de 2000 eu e meu pai andávamos por perto de casa, à noite, quando ele avistou algo se mexendo próximo às lixeiras, nos aproximamos e surgiu a dúvida: era uma ratazana, um gambá, um gato ou um filhote de cachorro...

Nenhuma das opções, pois tratava-se de um cão adulto, um York de rua, sem pêlos, pesando menos de 02 kg, cheio de feridas e algumas delas com berne. A situação do dog era tão ruim que a veterinária onde o levamos não identificou a raça (ele não possuía pêlos, parecia um pelado mexicano). Esse dog foi batizado de Pingo e passou a ser o cão de minha irmã.

Eis que no ano de 2002 minha irmã me dá um “presente”, um filhotinho do Pingo. No início não aceitei, pois não queria ver aquele filme trágico outra vez em minha vida. Eu dormia na sala e o tal filhotinho ficava em uma caixa de sapato na sala também, então todas as vezes que eu chegava da faculdade, à noite, tinha que tomar cuidado ao entrar no apartamento, para não pisar naquela coisa minúscula no escuro, então eu o via dormindo em um canto da sala e o colocava de volta em sua caixa de sapato, mas toda manhã eu acordava e ele estava deitado em minha barriga, entre minhas pernas ou no meu pescoço.


Passava o dia inteiro me pastoreando, aonde eu ia o dog ia atrás, não olhava para mais ninguém na casa, e então, após relutar por alguns meses, decidi ficar com aquele cão mínimo (meu primeiro cão pequeno) que passou a ser chamado de Rambo, por motivo óbvio.

Sempre pratiquei esportes, mesmo não sendo prioridade em minha vida, e quando inicio alguma coisa é para ir até o fim. Basta dizer cheguei a ser goleiro de Futsal do Vasco da Gama e depois jogador de futebol na Portuguesa-RJ, mas preferia os estudos. Então vi no Programa do Jô a entrevista da seleção brasileira que foi campeã pelo Time-Standard e busquei informações sobre o esporte na Internet, já na intenção de colocar o Rambo para praticar uma atividade física, afinal de contas “filho de peixe, peixinho é.”

Descobri o Canil City Dog, que ficava a 02 horas de ônibus de minha casa (não tenho carro) e então iniciei os treinos do Rambo todos os sábados, e assim foi por 52 sábados ininterruptos, podia chover, nevar, terremoto, tsunami, sol de 40 ºC, avalanche, que eu não faltava um treino aos sábado.

Então comecei a pesquisar na Internet quem eram os melhores do mundo no esporte, assistia infinitos vídeos no Youtube, comecei a participar das provas em SP (em 2004), comecei a estudar sobre a raça de meu cão e do que ele mais gostava de fazer, associava essas coisas a todos os treinos dele, treinava a parte física do Rambo todos os dias, adquiri alguns obstáculos e passei a treinar no Canil aos sábados e em casa (passei a morar na casa de minha avó por causa do Agility) todos os dias, meu treinador (Carlos Guimarães) sempre dizia que o Rambo tinha potencial e que podíamos ir longe se eu acreditasse no meu cão, se antes da competição eu me preocupasse em alegrar meu dog, ele sempre falava em transferir a alegria dos momentos fora das pistas para as competições e após 01 ano de competições eu consegui isso. Corria na terra, na grama, na praia, escadas, diariamente, e fiz o Rambo pesar 04 kg, ou seja, o dobro do peso de seu pai e seus irmãos de ninhada.


Mas o Agility no Rio de Janeiro, engatinhava e cometi alguns erros graves nos treinos físicos do Rambo e também nos treinos de base do Agility. Porém acredito ter feito um bom trabalho, pois em 15/04/2004 eu estreava em provas oficiais e em 07/10/2006 conseguia um Excelente Zerado (sem faltas de tempo ou percurso) no Campeonato Mundial com um Yorkshire de 23 cm, além do 2º lugar no A&C 2006, 3º lugar no A&C 2009, 1º lugar na I Copa do Brasil, 2º lugar na II Copa do Brasil, e mesmo com o Rambo próximo de completar 09 anos a dupla R&R ainda tem lenha para queimar, pode acreditar nisso...

Texto: Robson Foto: Arquivo Pessoal

Robson,

Quem ama os animais, nunca, jamais conseguirá ficar longe deles e vc é um exemplo deste amor, quanto ao Rambo, realmente é um cão de muita sorte e de muitas vitórias.

Sem dúvida não posso deixar de agradecer seu pai, por transmitir a você o que é o respeito, a responsabilidade de ter um bicho, pois te deu o que você pediu, e tenho certeza que antes fora feito o grande sermão de pai-amigo rsrsrs.

Felicidades R&R

Abs
Drika

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