Nosso encontro aconteceu dia 25/01/2011, quando eu voltava de um passeio com meus cães. O vi deitado numa sarjeta do condomínio e voltei com água e comida, mas ele rejeitou, mesmo sendo um dia extremamente quente.
Ele estava apático e percebi secreção nos olhos e... nariz, subi e quando olhei na janela, ele não estava mais lá.. Ligamos para vários hotéis, mas com este prognóstico de cinomose, ninguém o acolheria para o tratamento.
Após uns dois dias, minha irmã reencontrou-o completamente entregue. Babando, com os olhos e o nariz com muita secreção deitado no hall do nosso prédio. Não aceitou nem carne (não nos alimentamos com nenhum tipo de carne, mas mesmo contra nossos ideais, compramos numa tentativa frustrada de fazê-lo comer).
Meus Deus! Ele estava definhando, deitado, esperando a morte em poucos dias.
Ela me ligou chorando. Dizendo que havia reencontrado o cachorro. Quando cheguei, ele havia sido enxotado por algum ser humano (bem, não preciso fazer nenhum comentário sobre os “seres humanos’).
No outro dia, logo pela manhã, começamos a procurá-lo dentro do condomínio. Logo encontramos.
Um cachorro grande, doente e assustado (que não aceita petiscos) não é fácil de se resgatar. Pedi ajuda aos anjos. Conversei com ele e percebi em seus olhos que ele aceitaria a ajuda.
Durante o trajeto fomos explicando que faríamos o melhor para ele. Que a partir daquele momento ele não sofreria mais.
A CONSULTA.
Na clínica (a maior e mais antiga de nossa região) o veterinário que o atendeu, o condenou. Disse que era num estágio avançado da cinomose e que a pneumonia que o acometera era muito severa e havia comprometido os dois pulmões (ele mal conseguia respirar).
Finalizou dizendo que ele tinha 1% de chance de sobreviver.
E perguntou – “O que você quer fazer?”
Eu disse – “Interná-lo!”
Nova pergunta – “Interná-lo?”
Eu novamente – “É. Interná-lo. 1% é chance!”
Ele então disse que pediria exames para comprovação e teríamos que encontrar um lugar para tratá-lo. Pois caso ele reagisse, o tratamento seria longo e mesmo assim, teria poucas chances.
O Benjamim ainda não tinha nome (nem fotos, pois não registraríamos imagens tão tristes) subiu para internação no isolamento.
Pronto! De novo! Eu sabia que nenhum hotel o aceitaria um cão com cinomose. Era sábado e teríamos que esperar o resultado na segunda-feira.
No domingo tivemos a excelente notícia de que ele havia se alimentado!Oba!
Ah, vou pular a descrição da parte, hoje hilária, de meu banho com um produto usado para desinfetar centros cirúrgicos, que acabou queimando partes de meu rosto.
Eu havia tido contato com muita secreção e não podia arriscar infectar outros cães e lugares.
SEGUNDA-FEIRA
Chegamos à clínica. Entramos no isolamento e ele se pos de pé quando nos viu (vale observar que minha irmã já havia feito uma promessa por ele). O veterinário da internação informou que o diagnóstico era doença do carrapato, grave também, principalmente, porque a pneumonia que continuava muito agressiva...
Nesta hora agradecemos a Deus! Não era cinomose! Poderia ir para um hotel! E principalmente, que ele ficaria bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Naquela hora o BENJAMIM nasceu!
Após de uma semana na internação intensiva, pôde seguir para o hotelzinho onde continuaria o tratamento.
Um mês depois a pneumonia perdeu a guerra e as plaquetas continuavam aumentando!
Hoje, o Benjamim está feliz e engordando.
Está castrado, chipado, vacinado. Nós o amamos muito, mas ele mora em um hotel...mas nunca é como ter uma casa.
O Benjamim precisa de uma família de raça!
Ajudem-me a divulgá-lo!
Nesta foto está ele e minha irmã Michele. Ele é apaixonante!
Obrigada!
Fabiana Funchal
Foto: Arquivo Pessoal